terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sabedorias de Clarice Lispector

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.

Até cortar os defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.

O bonito me encanta, mas o sincero... Ah! Esse me fascina.

Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

Sejamos como a primavera que renasce cada dia mais bela... Exatamente porque nunca são as mesmas flores.

Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.

 O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim.

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

É sempre assim que acontece - quando a gente se revela, os outros começam a nos desconhecer.

Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente: excruciante.

Acho que devemos fazer coisa proibida – senão sufocamos. Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que somos livres.

Perder-se também é caminho.

Escuta: eu te deixo ser, deixa-me ser então.

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